Na Terça feira, 10 de Setembro, tivemos a presença do jornalista econômico Vinícius Neder. Ele apresentou seu trabalho de Mestrado "Práticas jornalísticas e políticas públicas: Estudo dos indicadores de análise das coberturas sobre crianças e adolescentes". O que me chamou muito a atenção, dentre outras coisas, foi um dos requisitos escolhidos para a análise das matérias jornalísticas: a questão do número de fontes (entrevistados) nas matérias em questão.
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Dois jornalistas do Washington Post, Bob Woodward e Carl Bernstein, investigaram durante muitos meses o caso Watergate que foi um assalto à sede do Comitê Nacional Democrata, no Complexo Watergate, na capital dos Estados Unidos em 1972. Eles conseguiram estabelecer as ligações entre a Casa Branca e o assalto ao edifício. Os repórteres só conseguiram todas as informações por conta de sua fonte, conhecida apenas por Garganta profunda (Deep Throat) que revelou que o presidente sabia das operações ilegais. Isso levou à renúncia do então presidente, Richard Nixon. O caso acabou virando filme, "Todos os homens do presidente".
Mais de 30 anos depois do estouro do caso, o Garganta Profunda se revelou: William Mark Felt, segundo em comando do FBI durante o governo de Nixon. Na época (2005), havia uma discussão sobre o uso de fontes anônimas nos EUA e, com essa revelação, vários jornais reduziram o uso delas em suas matérias.
Mas não tem como negar que o Garganta profunda foi a chave mestra para a resolução do caso que mudou a história americana. Felt logo lançou um livro, junto com o jornalista John O'Connor, contando sobre sua vida como a fonte que se chama "A vida do Garganta Profunda"
Uma outra discussão começou quando o livro foi lançado: afinal, alguém do FBI podia fazer isso? Felt, obviamente, achava que seu dever como cidadão estava a cima de seu dever no FBI. E como não podia fazer nada estando dentro do Bureau, ele deu as informações necessárias para que os jornalistas conseguissem desvendar para o país no que seu presidente estava envolvido.
Podemos entender o quanto nossas fontes são importantes para nossa matéria. Nesse caso, o Garganta profunda foi essencial, mas os jornalistas foram atrás de outras pessoas que trabalhavam para o governo também. Eles cruzavam as informações para chegar cada vez mais perto da verdade.
É isso que corremos atrás sempre, a verdade.
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